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LA GRANJA SAN ILDEFONSO, ESPANHA

por mmsfr, em 15.08.10

Hoje conhecemos...La Granja de San Ildefonso. "Granja" significa quinta, mas daquilo que entendemos como quinta tem muito pouco. Na realidade, o Palácio dos Reis de Espanha ubicado em San Ildefonso é chamado de "O Pequeno Versailles", talvez porque esse mesmo rei (Filipe de Bourbon) tenha nascido no próprio do Versailles em França e quando construiu este Palácio de veraneio, fê-lo inspirado na sua primeira "casa".
San Ildefonso em si é pequena mas cheia de charme, antes e depois de visitar o Palácio, andámos pelas suas ruas onde imaginamos que todos os edificios que ali estão acabavam por alojar a Côrte e todos os serviços necessários a servir as pessoas que lá estavam. Passámos também pela sua Pousada ou Parador como chamam aqui em Espanha.


Antes de entrar vemos por fora a  Real Colegiata de la Santísima Trinidad, no final da visita com o bilhete temos direito a visitá-lo.No seu interior e na Sala de Reliquias estão enterrados o Rei Filipe V de Bourbon e a sua segunda mulher, Isabel de Farnésio.

Entramos e logo a primeira coisa é que não podemos tirar fotos no interior, só nos exteriores...sempre me aborreço com isto, falam-me de conservação e tal...mas há tantas outras coisas que degradam o património e continuam a fazê-las. Deixem as pessoas tirar fotos mas sem flash, pressuponho que esse será o maior mal e a verdade é que quem tira boas fotos sabe que no interior se há boa luz nem precisa de flash, até ficam melhores as fotos.

Fizémos a visita guiada, desta vez decidimos experimentar. Tivémos a sorte de ter uma guia bastante entusiasta pela história do Palácio e da familia real, eu entendo dizer o mesmo todos os dias e com o mesmo entusiasmo deve ser dificil, mas esta senhora era muito boa.
Começámos pelas salas das tapeçarias, algumas muito viajadas já que iam para todo o lado para decorar quartos, salas, sempre que ficassem alojados em algum lado que não fosse seu.
Outra das vantagens da guia, é que não conta apenas história mas explica as funcionalidades das várias salas e o dia-a-dia de quem vivia nelas. Conta-nos também das alterações que cada Rei ou protocolo obrigava a fazer num palácio.


Chegamos a uma primeira sala onde está um grande quadro da Familia Real, belíssimo por sinal. Esta sala teve várias funções, uma delas era funcionar como copa onde se aqueciam os mais variados pratos antes de servir ao Rei cuja sala onde almoçava era logo a seguir.
Depois sua alteza dava a honra a alguns nobres para o verem a almoçar e depois noutra sala podiam comer eles do mesmo repasto mas sei a presença do seu Rei. Pelo protocolo, sempre se cozinhavam vários pratos (várias entradas, principais e sobremesas), mesmo para um simples almoço, explica porque é quando são jovens os quadros fazem os futuros Reis bem mais magrinhos de quando são mais velhos.
A verdade é que acho que a principal vantagem que o Rei tinha era a escolha. Poder que hoje todos temos nas nossas mãos, eu escolho comer carne em vez de peixe ao almoço, escolho comprar roupa verde em vez de azul, escolho viajar ou não viajar. Naquela altura, as pessoas comiam o que conseguiam comer, vestiam o pouco que tinham e escolhas na vida tinham poucas, apenas esperavam o tempo passar. O poder da escolha era um luxo apenas de alguns mas principalmente do Rei.
A sala seguinte era onde Rei se vestia, uma vez mais a escolha, sempre traziam três fatos que depois o Rei diziam qual queria naquele momento. Segundo a tradição daquela altura, cada actividade tinha a sua roupa apropriada pelo o que o senhor poderia trocar de roupa várias vezes ao dia.

Depois veio o quarto dos Reis, a guia voltou a contar a história. Normalmente, Rei e Rainha dormiam separados, juntavam-se apenas para aquilo que todos sabemos...procriação! Mas neste caso era diferente, o Rei andava deprimido, tinha frequentemente ataques de pânico nocturnos e a sua amada Rainha lá se sacrificava e dormia com ele para o vigiar.

A mim o que me espanta é o senhor andar deprimido vivendo ali naquele fantástico palácio, rodeado por um soberbo jardim e com um clima ameno. Ao que parece era um esquizofrénico...talvez não ajudasse...O quarto era espectacular, eu nunca teria pesadelos ali, era grande com uma cama luxuosa e com uma vista para o jardim...e pensar que hoje em dia ainda há gente que tem esta vida assim.

Seguiu-se a zona da Rainha, várias salinhas com várias funções, uma para vestir, outra para comer e coser, etc..

Chegamos depois ao salão real, com a sua ampla mesa e um grande lustre. Falou do protocolo, os Bourbon seguiam outro tipo de disposição na mesa, Rei e Rainha sentavam-se no centro, exactamente para lhes dar mais relevo e importância, dali ouviam melhor as conversas também do que estando na ponta.

Junto ao salão estão mais duas salas, que com o incêndio que houve no ano de.... ficaram parcialmente destruídas mas que muito do seu património se conseguiu salvar. Isto grças á corage do curador das obras de arte e móveis considerados preciosidades, a este senhor coube a árdua tarefa de assim que soou o alarme de incêndio salvar esse mesmo património, arriscando a própria vida. A sua missão não era apagar o fogo, era retirar tudo dali para fora antes que ardesse.

Graças aos que cuidavam do Palácio hoje podemos ver grande parte dos móveis, peças e quadros originais daquela época. Assim como a sala "Chino" porque estava na moda trazer coisas da China naquela altura e porque era muito caras, logo era um sinal de poder e de ostentação. Tínhamos que passar por essa sala para chegar á da música e dar por terminada a visita ao segundo piso.

Já no piso térreo, não havia muitos sinais de ser habitável, haviam bustos e estátuas, pequenas fontes, alguns móveis. Segundo a guia, era utilizado mais quando chovia, faziam jogos e como as salas são todas abertas, formavam um corredor do tamanho de todo o Palácio que servia para caminharem na mesma. Muito á frente.

A visita tinha terminado, agora deveríamos explorar o jardim.

Tenho a sensação que não vi nem metade, é de facto muito grande. Fui aos principais pontos que indicava o mapa, passei pela fonte de Neptuno e quando depois de subir começamos a descer ficamos de frente para o Palácio, é o lugar ideal para tirar várias fotos porque é de facto grandioso e eu não conheço o "grande" Versailles, só conheço este que é o pequeno.

 

 

Sugiro também o jardim da parte lateral do Palácio, a vista de uma ponta a outra é fabulosa, uma vez mais pergunto, ali como é que sua Alteza Real ficava deprimida?

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publicado às 21:43

FLASH FLASH MADRID, ESPANHA

por mmsfr, em 08.08.10

Hoje conhecemos o Flash Flash em Madrid. Este restaurante muito "mod" com uma inspiração anos 60/70, já esteve mais na moda que hoje em dia. Talvez eu prefira assim, sem o stress de esperar horas para ter mesa, de nem conseguir ouvir as pessoas com quem estou a jantar, etc..

Mas o que eu gostei no Flash Flash foi a simpatia dos empregados (ás vezes uma raridade nos restaurantes madrilenhos) e as "tortillas", especialidade da casa e que não são as simples de "jamón y queso", estas têm mais pinta principalmente se lhes juntarmos uma saladinha para ajudar a desenjoar e que deliciosa que estava. As sobremesas também são boas e a conta não é tão dolorosa como costumam ser nos restaurantes de Madrid.

Eu recomendo a Tortilla de Guisantes con Almendras...uma delicia e também a salada preparada por eles, escolhemos a número 1 e é fantástica também, principalmente o tempero. Ah...e pedir sempre o pão com tomate, não se vão arrepender. 

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publicado às 22:37

EL ESCORIAL, ESPANHA

por mmsfr, em 08.08.10

Hoje conhecemos o "Real Monasterio de San Lorenzo de El Escorial", se o nome é longo imaginem o mosteiro em si.

 

Talvez seja maior que os Jerónimos nem sei bem, não tenho noção. Depois da grande caminhada de ontem em Segóvia decidimos que eu precisava de queimar mais umas calorias e lá fomos visitar o modesto mosteiro, aproveitámos também o tempo mais cinzentão e fresco para o fazer.
O El Escorial fica a uns 35 minutos de Madrid e assim que chegamos ao centro, vemos logo o imponente mosteiro e a sua cúpula. Depois de estacionar e ao chegar perto do mosteiro, a primeira imagem é para mim das mais bonitas que tem e das que mais se vê em foto que é a vista da parte dos jardins e do lago. Aproveitei logo para tirar umas quantas fotos.


A entrada no jardim é gratuita, não há muito para dizer sobre isso, é um jardim como faziam antigamente, não o achei particularmente bonito mas ainda era grande e só estava virado para metade do Mosteiro, imaginem o tamanho se fosse todo á volta...o tempo acabou por se virar contra nós e começou a chover, buscámos abrigo na fila da bilheteira, onde comprámos bilhete para visitar o interior, mas como bom monumento turistico, nada estava bem explicado, a placa de preços tinha muita informação e muito misturada, acabámos por não comprar o que dava acesso ao Panteão onde estão sepultados os reis, o que depois de muito caminhar e ver umas 5 salas de quadros, me fez pensar se os 8€ estavam a valer a pena. Valem...a verdade é que valem. Não vimos os túmulos dos reis mas vimos os dos filhos...e eram tantos, muitos morreram muito cedo, algo muito comum para a altura, infelizmente.

 

Um dos muitos pontos de interesse que podemos ver no El Escorial é por exemplo o quarto do Rei D. Felipe II de Espanha (I de Portugal), cuja cama era minúscula e onde ele morreu. Dizem que ainda demorou uns dois meses a morrer, até lá ficou a definhar naquele pequeno espaço. Um homem tão poderoso com uma morte á sua medida, poderosa, vil, cruel.

Um outro ponto que eu gostei e onde ainda fiquei um pouco sentada a contemplar foram os frescos da escadaria principal.

Como tivémos o "azar" de não comprar os bilhetes correctos acabámos por não ter acesso nem ao Panteão nem á Basílica. Frustrante!

A seguir á visita fomos almoçar, haviam vários restaurantes com aspecto muito turistico mas optámos por um com aquele aspecto de quem vai-nos servir comida caseirinha, se é que o conceito existe aqui?!? Além de que estamos um pouco "hartos" de pagar loucuras para comer uma simples refeição que sabe a metade do que seria em Portugal.

No final, comemos relativamente bem, num espaço agradável e por um preço mais que razoável. Missão cumprida.

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publicado às 18:42

SEGÓVIA, ESPANHA

por mmsfr, em 07.08.10

Hoje conhecemos...Segóvia.

A apenas uns 45 minutos de carro de Madrid, Segóvia é a capital da provincia com o mesmo nome que faz parte da comunidade de Castilla y Leon.

 


Entramos logo na primeira Plaza e vemos o Aqueduto, imponente e fabuloso. Subimos pelas escadas á direita em direcção á muralha e ao que costumam chamar "casco viejo". Quanto mais subia mais gostava da vista e mais apreciava o aqueduto e a plaza de Azoguejo.


O caminho precede a Plaza Mayor tem algumas ruas de interesse, uma com bares e restaurantes convidativos.

Já na Plaza Mayor sentimos a sua imponência, ampla e espaçosa, dá lugar ao Ayuntamiento, a vários restaurantes, hóteis e ao fundo, a Catedral de Santa Maria. Tinha lido algures que foi a última catedral gótica que se construiu em Espanha e pelo o que percebi, foi construída com partes de outras catedrais que existiram antes que ou por guerra ou incidêncio se destruiram, o que se conseguiu salvar foi reaproveitado nesta Catedral.

 


Na rua da Catedral ainda encontrámos uma loja que se estivesse aberta tenho a certeza que lá gastaria uns euros, tinha umas pinturas muito engraçadas, sendo que uma delas era uma Mona Lisa um pouco mais gordinha.

Olhei para o quadro e identifiquei-me com ela...

Ansiosos por encontrar o Alcazar ainda de dia fomos percorrendo as ruas a um passo mais apressado, mas não resistimos a uma paragem para ouvir uma banda de rua: Duendes da Ciudad a quem contribuimos com 4€ em troca de um cd. Era música celta, banda sonora apropriada para o dia e local em questão.
Mesmo antes de conseguir ver o Alcazar, vimos logo a paisagem á volta, era de um verde impressionante e quando nos habituamos ao árido de Madrid, qualquer m2 de verde nos parece o paraíso. Cheguei a um miradouro de onde já podia avistar o Palácio e era deslumbrante...não admira que tenham declarado Patrimonio da Humanidade pela Unesco...parecia que estava na Baviera e não em Espanha, não sei explicar porquê mas realmente é fabuloso. Tirámos fotos e mais fotos, mas já não fomos a tempo de visitá-lo por fora, uma vez mais sentimos que oportunidades não vão faltar. Voltaremos aqui sem dúvida.
Tivémos ainda hipótese de ver o pôr-do-sol, acho que nunca tinha visto um tão vermelho como o que vi ali...foram ainda alguns minutos a contemplá-lo.

 

E se de dia Segóvia já tinha muitos encantos durante a noite é fenomenal. Com a iluminação junto ao Aqueduto e junto ao Alcazar, podemos tirar umas boas fotos. Além disso, como é Verão, as ruas estão cheias de gente e animação.

 

 

Queremos voltar a visitar a cidade, a "mi me encanta"!

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publicado às 17:53



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