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Blog de viagens e passeios. Guia da cidade onde vivemos: Madrid.
Há dois anos atrás vim parar ao Palácio de El Pardo por acaso, tinha seleccionado o palácio incorrecto numa visita a Madrid com os meus pais e vim parar a este. Ainda saímos do carro tirámos algumas fotografias e nada mais, ficou no entanto na lista de lugares a visitar que só agora tive oportunidade de o fazer.
Primeiro dei uma volta pelo jardim, ainda é grande e por isso não o visitei todo, estava interessada em conhecer o seu interior.
O Palácio está na zona do Monte de El Pardo uma zona de arvoredo utilizada pelas várias familias reais caçar, tal como a Zarzuela o El Pardo começa por ser um pavilhão de casa utilizado poucas vezes ao ano e apenas para alojar o rei e o séquito que o acompanhava a caçar. Hoje serve para receber figuras importantes (tanto políticas como de outras familias reais) que em vez de ficarem hospedadas num hotel ficam ali.
Já visitei o palácio várias vezes, desde os tempos das visitas de estudo até hoje e ainda assim consigo continuar a visitá-lo mesmo que tudo esteja exactamente como da primeira vez. Ao ler o livro Filipa de Lencastre (de Isabel Stilwell) voltei a ter vontade de entrar no palácio no qual a rainha terá tido grande influência na sua construção.
A primeira construção era árabe e a partir do século XII torna-se na residência da Família Real. Ao longo dos séculos cada rei foi fazendo obras para adaptá-lo as suas necessidades. No livro, Filipa que era casada com D. João I, terá sido uma grande influência nas relevantes obras que se fizeram no palácio. Hoje o que temos é um excelente exemplo de um Palácio medieval que mistura harmoniosamente vários estilos arquitectónicos como o gótico, o mudéjar e o manuelino.
Versailles serviu de inspiração para muitos monarcas europeus para construir palácios cheios de esplendor e elegância. Em Espanha temos a Granja de San Ildefonso (Petit Versailles), a Rússia tem o Peterhof, a Áustria o Schönbrunn e em Portugal temos o Palácio de Queluz cuja inspiração não fica só pelo requintado interior mas principalmente pelos jardins de estilo francês.
O espaço que mais faz lembrar Versailles é o Jardim de Neptuno que parte da fachada das Cerimónias. Nele estão os dois mais emblemáticos lagos do Palácio, o de Neptuno e o de Nereida. O primeiro foi criado por Jean-Baptiste Robillion e concluído em 1771.
Muito próximo do Castelo está o Paço dos Duques de Bragança construído no século XV por o outro Afonso, o que viria a ser o primeiro duque de Bragança. Deixou de ser utilizado quando os Duques se mudaram para um outro Paço, o de Vila Viçosa (post neste link) e ficou durante muitos anos entregue ao abandono.
É mais tarde recuperado para ser utilizado como residência presidencial de Salazar, acontecimento que gerou alguma polémica. Ainda assim podemos ver alguns vestigios da sua ocupação original, como o pátio de estilo medieval, as tapeçarias flamengas que retratam vários episódios de quando Portugal tentou conquistar o Norte de África.
Situado a norte do Louvre, o Palácio Real é hoje a sede do Conselho de Estado mas desde da sua construção no século XVII que importantes figuras da história francesa passaram por ele nomeadamente o Cardeal Richelieu. Na realidade antes de ser o Palais-Royal foi o Palais-Cardinal.
Ao longo dos séculos teve várias utilizações, após a morte do Cardeal Richelieu foi a residência do jovem Luís XIV o futuro Rei de França. Mais tarde e na era Orleães foi palco de luxuosas festas e era um local de jogo, função que continuou a ter até ao século XIX quando se tornou na sede do Conselho de Estado. Numa parte do palácio está o Ministério da Cultura.
Devo confessar que o nosso principal interesse na cidade de Avignon (ou Avinhão) era sem dúvida o Palácio dos Papas, ainda assim nesta nossa paragem ainda fizémos um bom passeio pelas suas ruas porque sendo pequena não deixa de ser muito interessante.
O seu Palácio é sem dúvida a grande atracção e assim que chegámos á praça onde está localizado não podemos deixar de admirar a sua grandeza na dimensão. É o maior e talvez o mais importante edificio de construção gótica da Europa que serviu de "casa" a alguns papas quando a partir do século XIV, o Papa Clemente V não quis ficar em Roma quando nessa cidade reinava o caos.
A inscrição na parede apresenta-nos o Palácio de Monterrey, construído no século XVI com tal grandeza que serviu como inspiração a muitos outros edificios construídos em Espanha.
Um excelente exemplo de um estilo artístico exclusivo do Renascimento Espanhol, o plateresco. Foi proprietário do Conde de Monterrey (que lhe deu o nome) e é actualmente propriedade da Duquesa de Alba, a famosa senhora de 85 anos de quem dizem ser proprietária de metade de Espanha e que é uma das mulheres mais conhecidas no seu país.